Até 2015, a Coden comprometeu-se a economizar 1 milhão de metros cúbicos de água, através de obras e medidas de redução de perdas como as trocas de redes, a setorização e a troca dos hidrômetros muito antigos. A cada seis meses, aproximadamente, a equipe do Reágua vai avaliar o avanço da Coden na batalha contra as perdas, liberando gradativamente os recursos do contrato conforme os volumes de água efetivamente “economizados”.

Segundo Ongaro, a reunião desta terça-feira serviu para definir o ponto de partida da “linha de base” do Reágua para a cidade – ou seja, para determinar o nível de perdas inicial, que era de 299 litros de água por ligação por dia. A partir de agora, o objetivo autodeclarado da equipe da Coden é reduzir as perdas para 235 litros por ligação por dia – o que, ao final dos 3 anos de contrato, vai resultar na economia total prevista.

“Estamos verificando o ponto inicial da nossa linha de base, ou seja, da nossa meta, que é o que vai premiar a Coden ao longo do período do contrato. Funciona assim: para cada metro cúbico de água que a cidade deixar de perder na distribuição, nós receberemos um pequeno valor (em torno de R$ 2,00). As três primeiras avaliações semestrais vão representar até 60% do contrato, e os 12 meses seguintes, o chamado período de estabilidade, vão nos remunerar os 40% restantes”, explicou Ongaro.

“Hoje, definimos o ponto de partida, o marco zero a partir do qual a evolução das perdas será periodicamente aferida. Pelo que o diretor presidente explicou, há 5 anos, a meta da Coden talvez seria um desafio impossível. Mas a Coden tomou conhecimento do problema, produziu seu Plano de Combate às Perdas e os investimentos da cidade neste Plano estão seguindo o receituário internacional da IWA (International Water Association), ou seja, a mesma metodologia que o Banco Mundial e a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos adotaram neste Programa”, explicou Mario Augusto Bággio, do Reágua.

Segundo o especialista, “é a primeira vez que o Banco Mundial está recompensando a performance (a queda real nos níveis de perdas de água tratada), e Nova Odessa é uma das 10 cidades paulistas contempladas, que são pioneiras mundiais nesta questão”. “Daqui a seis meses, vamos fazer a primeira aferição de performance, e estamos confiantes”, completou Bággio.

O contrato de Nova Odessa com o Reágua foi assinado em maio pelo prefeito Manoel Samartin e pelo diretor presidente da concessionária. O deputado estadual Chico Sardelli, que atuou politicamente para garantir a vinda do recurso, também participou da cerimônia. O dinheiro vem do acordo de empréstimo entre o Banco Mundial e o Governo do Estado de São Paulo.

O objetivo do programa é apoiar ações de Saneamento Básico que contribuam para ampliação da disponibilidade hídrica no Estado de São Paulo por meio de estímulo financeiro à recuperação da qualidade e à conservação de recursos hídricos baseado em resultados, com desembolsos efetuados mediante a verificação das metas estabelecidas e dos resultados obtidos.

O Plano de Perdas

No total, a Prefeitura de Nova Odessa, através da Coden, está investindo, até o final de 2013, R$ 18,7 milhões no Plano de Perdas, em obras que incluem a modernização da Estação de Tratamento de Água, as trocas das redes de água mais antigas e dos hidrômetros com mais de 5 anos de uso e a setorização da rede de distribuição de toda a cidade.

O objetivo do Plano Diretor de Combate às Perdas, como um todo, é reduzir ainda mais as perdas físicas (vazamentos) e não físicas de água tratada, que já caíram de 57% em 2004 para 43% atualmente. As perdas não físicas, ou “financeiras”, correspondem a metade desta perda, e é a água efetivamente entregue ao consumidor mas não registrada pelos hidrômetros antigos.

Até o final do cronograma de obras, o objetivo da direção e da equipe técnica da Companhia é reduzir estas perdas em mais 10% a 15%, ficando próximas aos 30% (índice verificado em países desenvolvidos). Isto representará, a médio e longo prazo, a economia diária de mais 1,5 milhão a 2 milhões de litros, aumentando a longevidade da capacidade atual do sistema.

A Coden

Fundada em 25 de fevereiro de 1977, a Coden é a empresa de economia mista, cujas ações pertencem majoritariamente à própria Prefeitura Municipal, responsável desde 1980 pelos serviços de Saneamento Básico (Água e Esgoto) de Nova Odessa, através de concessão pública. Graças aos primeiros resultados do Plano de Combate às Perdas, a concessionária trata e distribui atualmente, em média, 15,5 milhões de litros de água por dia – mesmo volume de janeiro de 2005, quando a população era 20% menor.

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