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Licitação para dióxido de cloro na ETA da Coden de NO traz economia de 37,4% sobre o custo estimado

08/02/2012 Por pepe

A proposta vencedora para a substituição do cloro gás pelo dióxido de cloro na ETA (Estação de Tratamento de Água) da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa) trouxe uma economia de 37,4% com relação aos orçamentos iniciais cotados para a elaboração do edital da adoção da melhoria técnica, pioneira na região. Inicialmente, previa-se um custo de até R$ 870 mil nos dois primeiros anos da mudança para o ClO2 como principal agente oxidante e desinfetante da água bruta. Mas a proposta da empresa Beraca Sabará Químicos e Ingredientes S/A, vencedora da concorrência, foi menor, de R$ 544.320,00.

Além do fornecimento dos reagentes necessários para a geração in loco de 17.280 quilos de dióxido de cloro, o contrato prevê também o fornecimento, em comodato, de dois tanques de 8.000 litros cada, dois contêineres de 1.000 litros cada e do próprio aparelho gerador do produto, tudo a ser instalado na própria ETA. O dióxido é formado a partir da reação de dois outros produtos químicos, ou “insumos”: o clorito de sódio e o ácido clorídrico (ou o clorato de sódio).

“Como tem potencial explosivo, o dióxido de cloro tem de ser produzido no local e não pode ser transportado nem armazenado pronto. Os insumos entram no reator com água e formam o dióxido de cloro no local onde ele será utilizado”, explicou o gerente Químico da Coden, José Hilário Pessoa, autor do Estudo de Tratabilidade que levou à troca da tecnologia anterior por uma mais moderna.

Normalmente adicionados na primeira fase do tratamento, logo na calha onde a água bruta entra na ETA, tanto o produto antigo quanto o novo servem para oxidar os metais naturalmente presentes no líquido, bem como reduzir a concentração de matéria orgânica, como microalgas e micro-organismos em geral. Por isso, são considerados agentes oxidantes e de desinfecção.

“O dióxido de cloro é relativamente novo em termos de Saneamento, enquanto o uso do cloro gás e dos compostos clorados em geral vem desde o início do século XX. Nas últimas décadas, foram sendo desenvolvidos outros produtos mais eficientes, como o dióxido. À primeira vista, o custo do cloro gás ainda parece ser menor, mas no nosso estudo vimos que o dióxido de cloro já é economicamente viável”, acrescentou Pessoa.

Ponderando-se o custo obtido com a licitação pela quantidade de produto a ser utilizada no tratamento de água, bem como pela evolução no volume de água tratada esperada pela Coden para o período, isto equivale a um custo mensal estimado com o dióxido de cloro em torno de R$ 23.625,00, o que vai representar uma pequena economia com relação ao custo mensal dos produtos utilizados até então.

Para comparação, ao longo de 2011, a Coden aplicou em média R$ 26.521,00 por mês com os dois produtos que serão total ou parcialmente substituídos pelo dióxido de cloro – que são o cloro gás e o carvão ativado em pó. Apenas uma pequena quantidade de cloro gás (algo em torno de R$ 2,8 mil mensais) continuará sendo utilizada após a mudança na tecnologia, para “clorar” a água já tratada no momento de ela ser distribuída aos consumidores.

Maior eficiência é a grande vantagem

Mas a grande vantagem do dióxido de cloro é sua maior eficiência no tratamento da água. “Por seu alto poder oxidante de metais e de desinfecção, a adoção do dióxido de cloro elimina a necessidade de aplicação do cloro gás na calha de entrada da água bruta e do carvão ativado em pó (este último serve exatamente para tirar gosto e cheiro da água, o mesmo que o dióxido de cloro faz). O dióxido de cloro é 2,5 vezes mais eficiente que o cloro gás e não gera compostos aromáticos indesejáveis. As indústrias alimentícia, de papel e de bebidas já usam o dióxido de cloro, exatamente por ele ser melhor”, acrescentou o gerente da ETA.

A substituição pelo produto mais moderno deve acontecer ao longo dos próximos meses e será imperceptível para os consumidores. Não haverá necessidade de suspensão do abastecimento. O dióxido de cloro não traz qualquer risco no consumo da água tratada pela Coden, que já realizou um período de 15 dias de testes com o novo produto. As mudanças físicas necessárias na ETA são mínimas e incluem novas baias de contenção para os tanques de estocagem dos reagentes, já construídas.


 

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