Segundo o diretor-presidente da Coden, Sergio Molina, a própria Companhia havia constatado, em análises de laboratório, que a tonalidade escura da água era causada por matéria orgânica em decomposição. Dias depois, a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) também esteve no local, acompanhada pelo químico da Coden. O auto de inspeção da Cetesb, entregue à Coden, comprovou a precipitação da “denúncia” de poluição ambiental veiculada na imprensa local.

“Durante vistoria de rotina no início do mês, nossos técnicos já haviam notado o aspecto diferente da água, mas nada foi constatado nas análises de laboratório, a não ser matéria orgânica em decomposição. Dias depois, a própria Cetesb constatou que não há qualquer despejo de esgoto residencial ou industrial no local, que é cercado por sítios”, afirmou Molina ao apresentar o auto de inspeção da Cetesb.

Segundo o auto de inspeção, a água escura foi “provavelmente gerada na represa de captação 2 (Recanto 2)”. “O aspecto da água é escuro e não constatamos odor incomodativo ou perceptível no local. Constatamos que não existem loteamentos ou indústrias instaladas nas proximidades. A causa do lançamento é a descarga de fundo de represa, que possui tais características devido à decomposição de vegetação”, afirma o documento da Cetesb.

O diretor-presidente da Coden sabe informar até mesmo a origem da matéria orgânica – que, fez questão de ressaltar, “não causa qualquer problema para o consumidor”. “Quando esvaziamos a Recanto 2 para o levantamento topográfico, a vegetação cresceu muito rápido. Esse material apodreceu depois que a Recanto 2 foi cheia novamente, e essa água de cor escura passou para a Recanto 1. Esse material orgânico, de origem vegetal, não causa qualquer problema para o tratamento da água. Após tratada, nossa água continua com a mesma qualidade de sempre”, afirmou Molina.

“Hoje (quarta-feira, 21 de fevereiro) passei no local e a água já está limpa novamente. Infelizmente, os moradores que viram as alterações procuraram a imprensa antes de falar com a Coden. Teríamos dito na hora a eles do que se tratava, que não era uma contaminação, apenas matéria orgânica em decomposição que alterava a cor da água”, lamentou Sergio Molina.

O nível da Recanto 2 foi propositadamente reduzido, no final do ano passado, para a realização de levantamento topográfico e planialtimétrico do fundo do reservatório. Estes estudos vão permitir, em breve, ao início das obras de desassoreamento da represa, bem como o aumento da calha de armazenamento. Semanas depois, a represa foi cheia novamente, e a água cobriu a vegetação que havia crescido rapidamente. A ampliação da Recanto 2 é uma das obras planejadas pela Prefeitura e pela Coden para garantir o abastecimento de água da cidade pelos próximos 20 anos.