O sistema de abastecimento da cidade está com 40% da capacidade. Em janeiro de 2014, estava com 70%. “Diante deste cenário e do cancelamento do evento em outras cidades da região, poderíamos ter um aumento de público e, consequentemente, de consumo de água na cidade. Não temos condições de suportar qualquer aumento de demanda neste momento. Para garantir a normalidade do abastecimento de toda a cidade, optamos por cancelar os eventos”, afirmou o secretário de Governo, Wagner Morais.

De acordo com o presidente da Coden, Ricardo Ôngaro, o histórico da companhia aponta que, principalmente neste período, com o calor excessivo, há um aumento de até 15% no consumo durante o Carnaval.

“Faltam apenas dois meses para o final do período das chuvas, que geralmente ocorre até março. Se não chover nestes próximos dois meses como choveu em dezembro, que foi um mês bom (327 mm) enfrentaremos uma situação ruim durante este ano”, afirmou José Hilário Pessoa, gerente químico da Coden.

A Coden adotou, desde julho, o fechamento dos reservatórios das 21h às 10h. “Enfatizamos a necessidade de todos contribuírem para a economia de água. Ainda tem muita gente desperdiçando, mesmo com tanta campanha e mostrando que a água está escassa. Nossos fiscais continuam notificando as pessoas e a aplicação de multa também está mantida”, afirmou Ongaro.

Ele enfatizou que tanto a Coden como a Prefeitura não têm medido esforços para economizar água. Já foram feitas várias ações como deixar de lavar ginásios e demais prédios públicos, assim como as torneiras de jardins e quadras de esportes e campos foram fechadas, além de utilizarem água de reuso para molhar as plantas nos jardins, evitando a utilização de água tratada. Também foi feito o desassoreamento do Sistema Recanto e a adoção do Plano Municipal de Sustentabilidade Hídrica, que inclui a recuperação de nascentes.

ECONOMIA – Para o secretário de Finanças e Planejamento, Pedro Daniel dos Santos, o cancelamento do Carnaval também possibilitará o melhor direcionamento dos recursos públicos, diante da queda de arrecadação causada pela retração da economia. “Estamos enfrentando um momento difícil e os recursos estão cada vez mais escassos. Este ano já pagamos mais de R$ 2 milhões na última parcela de uma dívida contraída e discutida judicialmente há mais de 30 anos. Isso somado à queda da arrecadação comprometeu nossa capacidade de investimentos”, afirmou.