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Coden Ambiental conclui mapeamento das nascentes das microbacias Lopes e Recanto

08/12/2022 Por Edneia Reami

Nesta quarta-feira (07/12), a Coden Ambiental, concessionária dos serviços de Saneamento Básico de Nova Odessa, recebeu o diagnóstico ambiental das áreas de nascentes e cursos d´água dos sistemas Lopes e Recanto, as duas microbacias responsáveis pelo abastecimento de água do município.

 

O estudo se iniciou no final de julho, seguiu ao longo de 4 meses e foi realizado por meio de avaliações de campo associadas ao uso de ferramentas de geoprocessamento. De acordo com Alexandre Spadoni, o engenheiro florestal que atuou no projeto, das 92 nascentes existentes no município, 8 estão na microbacia Recanto e 11 na microbacia Lopes.

 

Ele ainda afirmou que a microbacia Recanto equivale a 24% do território de Nova Odessa, tendo 4% de sua área ocupada por vegetação nativa, 33% por outras formações florestais, 36% por agricultura e pastagem e 19% de áreas urbanizadas. No que se refere à Área de Preservação Permanente (APP), existem 65 hectares a serem restaurados.

 

Dados semelhantes foram levantados na microbacia Lopes, que também ocupa 24% do território do município, apresenta 4% de cobertura florestal nativa, 30% de outras formações florestais, 51% de agricultura e pastagem e 23% de áreas urbanizadas. Sua APP tem um déficit de 47 hectares a serem restaurados.

 

Considerando ambas as microbacias, a flora está constituída de 71 espécies nativas, 27 de famílias fanerógamas (que se reproduzem através de sementes) e 26 de exóticas e invasoras. A fauna é composta de 53 espécies de aves e 12 de mamíferos.

 

“A cobertura florestal dessas microbacias se encontra significativamente fragmentada e as atividades agropecuárias no entorno das nascentes comprometem a manutenção da qualidade da água e da vegetação, provocando assoreamentos, processos erosivos e dispersão de espécies invasoras. Além disso, as invasoras comprometem o estabelecimento dos processos de regeneração natural da flora”, avaliou o engenheiro florestal.

 

O especialista também ressalta que a diversidade da fauna é reduzida, com maior presença de espécies generalistas e adaptadas a ambientes alterados. “A baixa diversidade de espécies vegetais e o reduzido tamanho da área que ocupam são fatores que comprometem a disponibilidade de alimentos e habitats para a fauna silvestre, também ameaçada pela presença de animais domésticos que ainda são vetores de doenças”, acrescentou ele.

 

Entre as recomendações de Spadoni, uma das principais é a contenção do avanço da urbanização sobre as áreas de recargas de águas subterrâneas e a adoção de boas práticas ambientais para a implantação de novos empreendimentos imobiliários e industriais. Ele também sugere a criação de programas de restauração florestal e de erradicação de espécies invasoras, além de boas práticas de manejo e conservação do solo em parceria com os produtores rurais do município e instituições da região.

 

“Há muito trabalho a ser feito e existem várias técnicas para resolver cada tipo de problema. Mas é preciso uma ação constante. O ideal é começar com um projeto piloto em uma pequena área e, depois de consolidar o modo da operação, ampliar para as demais. Se nada for feito a médio e longo prazos, o sistema de abastecimento de água do município pode ficar comprometido”, alertou.

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