Desde outubro, a Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa) está reutilizando a água resultante do processo de retrolavagem dos filtros da Estação de Tratamento de Água. O processo consiste em conduzir a água tratada usada na retrolavagem dos filtros para um reservatório específico e então conduzir essa água de volta para a canaleta de entrada de água bruta da ETA, para tratamento, ao invés de despejá-la na rede de coleta de esgoto.
A retrolavagem é a passagem de água sob pressão, no sentido contrário ao da filtragem, para retirar as impurezas retidas na areia filtrante. Com o processo, a Coden está economizando a captação de 15 milhões de metros cúbicos de água bruta por mês. Antes, a água utilizada era canalizada até o Bosque Manoel Jorge, no Santa Rosa.
Ainda em fase experimental, mas em via de ser aprovado definitivamente, o processo de reutilização está sendo acompanhamento e analisado pelos técnicos da Companhia. Poucos investimentos foram necessários, como a compra de cimento, areia, cal e algumas conexões de tubulação. A mão-de-obra utilizada é da própria Coden.
Para o armazenamento da água que será reutilizada na retrolavagem está sendo utilizado um reservatório com 400 metros cúbicos de capacidade, que não vinha sendo utilizado por apresentar trincas e permitir a entrada de água de chuva e que, portanto, era considerado impróprio para armazenamento de água potável a ser distribuída à população. O reservatório foi reformado para receber a água de reuso. Para a instalação das redes internas de afastamento e “recalque” da água a ser reutilizada, foram utilizadas barras de tubos e manilhas consideradas fora de medidas ou condenadas para o uso na rede pública de distribuição de água tratada.
Segundo o diretor-presidente da Coden, Sergio Molina, o processo traz várias vantagens para a Companhia. “Nós evitamos o uso de aproximadamente 500 mil litros de água por dia. Além disso, o recalque tem custo menor quando comparado com o custo de captação das represas. O processo também permite uma maior concentração de alumina na água tratada, possibilitando redução no consumo de Policloreto de Alumínio (agente floculante do tratamento)”, explicou.
Com mais Policloreto, o tratamento acontece mais rapidamente, tendo em vista que a água de reuso contém mais “sementes” de floculação. “Cabe observar que, durante os testes iniciais e análises de rotina realizadas diariamente após implantação deste projeto, as características físico-químicas e bacteriológicas da água de reuso mostraram-se semelhantes à água bruta captada das represas Lopes e Recanto, garantindo a qualidade da água tratada e distribuída”, esclareceu Molina.
“Nosso trabalho e empenho não terminam por aí. Nosso próximo passo será definir um projeto para resolver definitivamente o problema da água de lavagem dos decantadores. Devido a suas características e cargas orgânicas, o lodo dos decantadores receberá tratamento diferenciado”, assegurou o diretor-presidente da Companhia, acrescentando que já foram feitos contatos com empresas da área de saneamento ambiental, que em breve devem apresentar alternativas viáveis para esta segunda etapa.