Quando estiverem prontos, os decantadores reformados vão elevar a capacidade diária de tratamento de água da Coden dos atuais 200 litros por segundo para até 250 litros por segundo – ou seja, um aumento de capacidade de 25%. O investimento estimado é de R$ 770 mil em recursos do caixa da própria Coden – valor que pode variar dependendo do sucesso da concorrência.

O cronograma prevê três meses de obras, aproveitando o período de frio, em que o consumo é naturalmente menor, para poder “parar” um decantador por vez, para a realização das melhorias.
Além disso, segundo o diretor presidente da Companhia, engenheiro Ricardo Ongaro, os melhorias têm reflexo direto na economia de água tratada, que é o objetivo do Plano Diretor Municipal de Combate às Perdas de Água Tratada.

Desde 2005, foram modernizados os dois primeiros dos quatro tanques decantadores da ETA, o que já permitiu uma economia de 200 mil litros de água tratada por dia ao diminuir a freqüência das retrolavagens dos filtros. “Mesmo mais complexas, as melhorias nos decantadores 3 e 4 também vão resultar numa economia de 200 mil litros por dia em retrolavagens”, afirmou Ongaro.

A Tomada de Preço nº 0007/2011 prevê a “contratação de empresa especializada para prestação dos serviços de recuperação estrutural dos decantadores, com reforma civil e hidráulica, floculadores, filtros 03 e 04 e cortinas da ETA, com fornecimento de materiais, equipamentos e mão de obra, visando à melhoria de qualidade e aumento de produção de água tratada”. A abertura das propostas está marcada para o dia 16 de junho.

As obras incluirão a execução de novas lajes de fundo dos tanques decantadores. “A laje de fundo dos decantadores 3 e 4 não possui atualmente a inclinação ideal para facilitar a retirada do lodo que se acumula, o que nos obriga a bombear quase 50 mil litros de água a cada limpeza”, explicou o engenheiro.

Também está prevista a construção de canaletas centrais de escoamento do lodo em cada tanque, a reforma estrutural das paredes, a instalação de colméias de polietileno expandido reforçado (que levam a um aumento em até 80% na capacidade de decantação de matéria sólida contida na água bruta que passa pelo equipamento), além da instalação de novas cortinas defletoras logo na entrada da água nos decantadores (visando diminuir a velocidade da água e, assim, dar mais tempo para que a matéria sólida decante na forma de lodo).

A reforma inclui também a ligação em série dos dois tanques floculadores existentes em cada decantador. Até agora, estes floculadores operam em paralelo.

Isso tudo, segundo Ongaro, acelera o processo de formação dos flocos de matéria sólida, que se dá através da mistura dos produtos químicos (principalmente o policloreto de alumínio) que ajudam no tratamento da água bruta que entra na ETA, e dificulta que as partículas que ainda não tenham peso suficiente para decantar sejam “barradas” antes da saída da água tratada. Normalmente, o lodo é retirado do fundo do tanque decantador a cada 60 dias.

“Como a água que sai dos decantadores e vai para os filtros carrega menos material sólido, a melhoria nos permitirá lavar os filtros em intervalos maiores de tempo, o que economiza a água tratada no processo de retrolavagem”, completou Ongaro. A água tratada oriundo do processo de retrolavagem dos filtros já é, desde 2006, reinserida no sistema de tratamento, e não desperdiçada.
Assim como nos casos anteriores, a obra contempla uma nova impermeabilização interna de todas as paredes de concreto dos tanques decantadores.

“Também será contemplado, nesta licitação, a reforma dos filtros 3 e 4, com a substituição de todas as camadas filtrantes, aplicando-se, como uma inovação para a Coden, um material denominado antracito – uma pedra diferenciada, que segura mais partículas do que a brita simples e areia utilizadas até agora”, completou Ricardo Ongaro.

Por fim, o edital contempla a automação do procedimento de retrolavagem dos filtros, incluindo a substituição de válvulas e registros por peças automáticas e operadas remotamente.

As perdas na distribuição da água tratada já caíram de picos de 56,4% em meados da década para os 43% atuais. A meta é derrubar o índice ainda mais, para 35% no médio prazo e, finalmente, para 20% a 25% no longo prazo, percentual considerado de primeiro mundo. Para isso, o investimento deve ser de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões ao longo dos últimos e dos próximos anos.