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Nova Odessa vive pior estiagem dos últimos cinco anos

27/06/2014 Por pepe

Sem chuva, níveis das represas de captação abaixam e presidente da Coden pede para população economizar

Nova Odessa vive a pior estiagem dos últimos cinco anos. Dados estatísticos divulgados pela Coden (Companhia de Desenvolvimento) apontam que, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, 2014 teve o volume mais baixo de chuvas.

De acordo com o diretor-presidente da Coden, Ricardo Ongaro, a falta de chuvas atípicas registradas nos últimos meses do ano passado e nos primeiros cinco meses deste ano estão levando à queda nos níveis dos reservatórios de abastecimento.

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, em 2010 choveu 644,80 milímetros (ml); em 2011 foram registrados 1.036,30 ml de chuvas; em 2012 o índice ficou em 736,40 ml; em 2013 em 717,30 ml e este ano choveu apenas 484,30 ml.

Mesmo nos meses de maior incidência de chuvas, os índices ficaram abaixo da média. De acordo com os registros, em 2010, no mês de janeiro choveu 344,10 ml, em 2011 foram 451,30 ml; em 2012 – 312,50 ml; 2013 – 132,10 ml e este ano choveu apenas 126,10 ml. Em fevereiro não foi diferente: 2010 – 114,30 ml; 2011 – 213,00 ml; 2012- 117,4 ml; 2013 – 125,8 ml e este ano – 81,20 ml.

“Nos últimos dez dias registramos uma situação fora do normal. Nossas represas começaram a baixar de forma atípica. Estamos preocupados. Precisamos da ajuda de todos, para que usem a água de forma consciente, racional, e não desperdicem”, frisou Ongaro.

REDUÇÃO DE PERDAS –  A Coden pede a colaboração da população com a economia de água e informa que está fazendo a sua parte para garantir o abastecimento do município. De acordo com Ongaro, o Plano de Redução de Perdas já reduziu os índices de água tratada desperdiçada por conta de vazamentos na rede. Com esse trabalho, apesar do aumento da população, foi possível reduzir a quantidade de água captada para garantir o abastecimento.

Em 2010, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Nova Odessa tinha de cerca de 51 mil habitantes. Hoje, a população estimada pelo mesmo Instituto é de 55 mil habitantes. “Apesar desse aumento populacional, continuamos captando cerca de 16 milhões de litros de água por dia”, explicou.

O combate às perdas foi intensificado com a troca da rede de água antiga em vários bairros (Centro, Flórida, Fadel, Bela Vista e Santa Rosa) e com a implantação da Setorização, que dividiu a cidade em setores para facilitar a identificação de vazamentos.

“A situação é preocupante. Continuamos retirando das nossas represas a mesma quantidade de água diariamente, porém, nas nossas nascentes, que abastecem as represas, o volume é cada vez menor”, afirmou.

Ôngaro acrescentou ainda que a diferença entre Nova Odessa e outras cidades da região que enfrentam uma crise hídrica é que, em Nova Odessa, as represas podem voltar aos níveis normais se os índices de chuva se normalizarem até a estiagem do próximo ano. “O grande problema é que não chove. A previsão de chuva em grande quantidade é apenas a partir de outubro. Temos que nos prevenir e economizar o máximo possível”, frisou.

CHUVAS – De acordo com a meteorologista Ana Ávila, do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) o inverno é uma estação seca e neste ano os índices devem ficar de normal a abaixo da média histórica.

“A previsão, de acordo com os dados históricos, é que as chuvas generalizadas, com volume contínuo, necessárias para o reestabelecimento destes mananciais devem ser registradas somente em outubro. Isso não quer dizer que não teremos chuva até lá, mas serão chuvas esparsas, localizadas”, explicou.

Segundo a meteorologista, quando as chuvas de outubro chegarem, ainda demorará um tempo e será necessário um grande volume para que as represas se recuperem. “Estamos enfrentando um período de estiagem intenso, temos um débito muito grande e isso não se recuperará muito fácil. Será preciso chover mais que o esperado”, alertou.

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