Como é através desta rede que todo o esgoto doméstico dos bairros urbanos de Nova Odessa será levado até a ETE Quilombo, uma série de materiais não poderão mais ser jogados nos ralos de pias e banheiros, sob pena de atrapalhar – e encarecer – o sistema de funcionamento da Estação.

Um dos materiais que não podem ser jogados nos ralos que levam à rede coletora de esgoto é o óleo de cozinha usado. “O óleo jogado no esgoto vai impermeabilizar o sistema de tratamento, ou seja, vai isolar as bactérias que atuam nos tanques da ETE, levando-as à morte. O óleo também causa problemas no sistema de filtros de areia da Estação, prejudicando o fluxo da água”, explicou o engenheiro da Prefeitura, Arlindo Donato dos Santos.

“Nas redes, o óleo vai se concentrando e afunilando a tubulação, causando entupimentos e danos. É como o colesterol ruim acumulado nas veias do coração”, comparou o diretor presidente da Coden, o também engenheiro Ricardo Ongaro.

Por isso, a Prefeitura e a Coden já realizam, desde maio de 2008, a Campanha Municipal “Óleo Aqui”, que coleta gratuitamente o óleo usado em 22 barris instalados em todas as escolas da Rede Municipal de Educação, na sede da Companhia e no Parque Ecológico Isidoro Bordon. Centenas de garrafas pet cheias de óleo já foram recolhidas pela Campanha, também inserida na Campanha “Nova Odessa, Cidade Limpa”.

Água da chuva

Outro grave problema que pode ser causado pela população ao funcionamento da ETE Quilombo, segundo o engenheiro, são as ligações ilegais de águas de chuva nas redes coletoras de esgoto que acompanham as ruas dos bairros. Prefeitura e Coden planejam inclusive criar legislação municipal específica sobre este tema.

“É água da chuva ligada no esgoto. A água de chuva é uma água limpa, que deveria ir parar nos córregos. Quando ela entra na rede de esgoto, tanto a chuva quanto o esgoto vão parar juntos na ETE, aumentando o uso de produtos químicos para o tratamento e elevando o custo de operação da Estação. Consequentemente, é a própria população, através de seus impostos, que vai pagar por isso”, alertou Santos.

Outros materiais jogados inadvertidamente na rede de esgoto, que podem causar problemas à ETE Quilombo, incluem absorventes usados, roupas velhas, preservativos usados, garrafas pet pequenas, folhas e lixo em geral, principalmente a poeira resultante da varreção dos quintais.

“Esses itens já causam, atualmente, entupimentos na rede de esgoto, e vão aumentar o custo da limpeza e remoção desses materiais das futuras peneiras rotativas que serão instaladas logo na entrada do esgoto na ETE. Quanto mais material sólido estiver no esgoto, mais freqüentes serão as limpezas das peneiras e mais caro será a destinação final desses sólidos (em aterro controlado privado)”, explicou o engenheiro.

Todo o sistema de coleta e afastamento de esgoto da cidade, composto pelas redes dos bairros, pelos coletores tronco que acompanham os córregos municipais, pelo Interceptor de Esgoto e pela ETE Quilombo, fazem parte do Plano Diretor de Esgotamento Sanitário do Município, que visa tratar 100% do esgoto doméstico da cidade até meados do ano que vem.

“Nova Odessa está entrando numa nova era em termo de cuidados com o Meio Ambiente com o tratamento do esgoto doméstico. Então, é de suma importância que a população, a partir de agora, comece a se conscientizar que o próprio cidadão pode e deve ajudar, dependendo da correta utilização da rede de esgoto por cada família. A partir de agora, através de jornais, reuniões e panfletos, vamos instruir a população quanto a esses procedimentos”, finalizou o engenheiro da Prefeitura.