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PMNO estuda medidas por obra irregular da CPFL que levou à suspensão no fornecimento de água

17/10/2010 Por pepe

A Prefeitura de Nova Odessa e a Coden (Companhia de Desenvolvimento), empresa responsável pelos serviços de água e esgoto da cidade, estudam que medidas tomar no caso da suspensão na captação de água bruta do Sistema Recanto ocorrida no último sábado, 16 de outubto, causada por uma obra não autorizada da concessionária de energia CPFL.

O fornecimento de água só foi normalizado em toda a cidade ao longo do domingo. Diversos bairros, principalmente nas regiões mais altas, chegaram a sentir a falta d’água entre sábado e domingo. O Sistema Recanto é responsável por aproximadamente dois terços da água captada, tratada e distribuída na cidade.

A obra em questão foi a instalação de uma nova rede de distribuição de energia para uma empresa situada na Avenida Industrial Carlos Rosenfelds, no Distrito Industrial 1. Por não ter sido previamente comunicada pela concessionária, ela causou dois problemas à Coden.

Primeiro, o corte de energia na região levou ao desligamento da ECA (Estação de Captação de Água) da Represa Recanto 1.

Em seguida, a perfuração de solo para instalação de um dos postes necessários atingiu a rede de distribuição de água da região do Parque Industrial Recanto. E, por muito pouco, não atingiu também a adutora que leva água bruta da ECA Recanto até a Estação de Tratamento de Água do Bela Vista, sede da companhia.

Num primeiro momento, acreditou-se que a própria adutora havia sido atingida, o que não ocorreu. Todo o corpo técnico, de Engenharia e Jurídica da Coden acompanharam o problema in loco.

A Coden está levantando o custo dos reparos na rede e deve enviar ofício à CPFL pedindo a restituição desse valor. Já a Prefeitura, a princípio, vai cobrar uma explicação oficial da concessionária para o ocorrido.

Autorização era necessária

Segundo o assessor adjunto de Obras e Serviços Urbanos da Prefeitura, engenheiro Arlindo Donato dos Santos, a CPFL deveria ter protocolado previamente um projeto informando o local da obra e detalhando o serviço que seria executado.

“A obra não foi previamente informada ao Poder Público Municipal nem autorizada pela Coden ou pela Prefeitura. Seria necessário, neste caso, um projeto aprovado na Prefeitura e na Coden, com antecedência”, disse.

A autorização prévia da Prefeitura e da Coden para qualquer obra, através da aprovação de um projeto, é necessária exatamente para evitar que as perfurações atinjam as redes de água, esgoto ou mesmo de gás encanado que cortam o território municipal.

“A CPFL também deveria ter informado previamente Prefeitura, Coden e população, através dos jornais, que haveria uma paralisação no fornecimento da energia na região da obra, com data e horário de início e fim do procedimento, para que todos pudessem se prevenir”, lembrou o engenheiro.

Como não se tratava de uma obra programada junto ao Poder Público, nenhuma das medidas para garantir o abastecimento pôde ser tomada pela Companhia de Desenvolvimento. “A Coden não teve culpa alguma no ocorrido”, salientou Santos.

O caso

Santos detalhou nesta segunda-feira que o acidente aconteceu na manhã de sábado, 16 de outubro. Os técnicos da CPFL recebem ordem para suspender imediatamente a obra por volta das 14 horas, uma hora depois de o assessor ter sido informado do ocorrido pela equipe da Coden e ter comparecido ao local.

“Mas eles se recusaram inicialmente e só pararam a obra e restabeleceram a energia quando chamamos a Polícia”, lembrou Santos. A equipe da CPFL restabeleceu a energia por volta das 16 horas do sábado.

Já o conserto da rede rompida foi realizado paralelamente pela equipe da Coden. “Enquanto resolvíamos o problema da energia, a Coden já trabalhava no conserto da rede, para que, assim que a força voltasse, a distribuição de água já pudesse ser retomada imediatamente, como de fato aconteceu”, contou Santos.

O período de poucas horas em que a captação ficou suspensa no Sistema Recanto foi o suficiente para baixar os níveis dos reservatórios da ETA do Bela Vista, que somam 6,4 milhões de litros de água tratada, e também dos reservatórios de grande volume dos bairros, de onde sai a água que vai para as redes de distribuição das ruas.

“Esses reservatórios ficaram praticamente no zero na tarde sábado, devido ao maior consumo normal do fim de semana”, explicou Santos.

Isso levou a uma queda na pressão das redes de distribuição e à falta d’água em pontos da cidade, principalmente nos locais mais altos. Outro problema foi o turvamento da água, causado pela oxidação dos canos da rede de distribuição enquanto eles ficaram vazios.

Apenas no final do domingo a pressão das redes havia voltado a subir em toda a cidade. Segundo o diretor presidente da Coden, Ricardo Ongaro, no início da tarde desta segunda-feira os níveis dos reservatórios estavam em 75% do normal.


 

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