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Relatório da ANA deve ajudar Nova Odessa a conseguir financiamento para novas represas no Recanto

10/12/2009 Por pepe

O recém-divulgado Atlas do Abastecimento Urbano de Água da ANA (Agência Nacional de Águas) deve ajudar a Prefeitura de Nova Odessa e a Coden (Companhia de Desenvolvimento) a obterem financiamento federal para a construção das novas represas de abastecimento Recanto 4 e 5. Tudo porque o relatório aponta, como medida para garantir o abastecimento nos níveis atuais para além de 2015, exatamente a ampliação do Sistema Recanto.

O Córrego Recanto e suas represas são o principal manancial de abastecimento da cidade. O plano de construção das duas novas represas foi anunciado em abril de 2008 pelo prefeito Manoel Samartin e pelo diretor presidente da Coden, Ricardo Ongaro.

Desde então, já houve a publicação do decreto de desapropriação das áreas, que totalizam 55 mil metros quadrados (em novembro de 2008), e a obtenção das outorgas de uso de recursos hídricos para que Nova Odessa construa as novas represas Recanto 4 e 5 (em abril de 2009).

Durante este ano, prefeito, presidente da Coden e o gerente municipal de Convênios e Contratos, Ben-Hur Gomes, têm buscado linhas de financiamento ou recursos a fundo perdido que possam custear as obras das duas novas barragens, orçadas previamente em torno de R$ 2 milhões. O valor estimado pela Agência para ampliação das reservas, através da viabilização de “novos mananciais” (como as novas represas), é muito maior, de R$ 9 milhões.

No Atlas do Abastecimento, a ANA prevê que o consumo em Nova Odessa atinja 138 litros de água tratada por segundo em 2015. Atualmente, no entanto, o total de água tratada pela Coden já ultrapassa este volume e chega a 162 litros por segundo. “Provavelmente, o relatório já está desconsiderando as perdas de água tratada, que estão em torno de 43% atualmente”, acredita Ongaro.

Novas represas e antigos mananciais

Por tudo isso, segundo Ongaro, “o relatório não trouxe grandes novidades, e veio reforçar as medidas que já planejávamos tomar”. “De fato, precisamos de mais reservação de água bruta de superfície, tanto que o prefeito Manoel Samartin já anunciou a ampliação do Sistema Recanto, como sugere agora a ANA”, disse Ongaro, ressaltando, no entanto, que o custo desta ampliação dificilmente atingirá os R$ 9 milhões previstos pela Agência.

Há outras medidas no horizonte da Coden. Segundo o presidente, também estão previstas obras de desassoreamento das atuais represas Recanto 2 e Lopes 2 e a reconstrução da represa do Bosque Manoel Jorge, onde já houve captação até os anos 60.

A Coden já realiza os estudos para a criação de novas captações de superfície, de pequenos volumes de água, através de bombas com controle à distância, sem a necessidade de represamento, em mananciais limpos, como os córregos Capuava e Palmital.

Por fim, o Município tem outorga, Estação de Captação de Água e adutora prontas para captar em um terceiro manancial, na bacia do Rio Atibaia: trata-se da captação da Represa Santo Ângelo, na região das chácaras pós-Rodovia Anhanguera, que pode ser utilizada para “reforçar”, através de bombeamento, as represas do Sistema Lopes.

“Apenas estas medidas de viabilização de novas captações de superfície de pequeno porte somariam em torno de 35 litros por segundo a mais para o sistema. E ainda contamos com a possibilidade de incluir, a qualquer momento em que for necessária, a captação na bacia do Rio Atibaia (Represa Santo Ângelo), cuja outorga é de mais 30 litros por segundo”, acrescentou o diretor presidente da Coden.

Medidas de combate às perdas também ajudam

Além disso, as medidas de redução do consumo e das perdas de água tratada também devem melhorar o sistema, “aliviando” as necessidades crescentes de captação de água bruta – notadamente, as obras previstas no Plano Diretor de Combate às Perdas de Água Tratada, que já está em fase de implementação gradual, conforme disponibilidade financeira.

O Plano prevê a redução dessas perdas de 43% atualmente para a casa dos 20% a 25% no médio prazo. Já foram feitas algumas obras, como o geofonamento da rede de distribuição, com a realização de intervenções pontuais; algumas melhorias na ETA (Estação de Tratamento de Água), como a implantação do reuso da água dos filtros, e já há recursos para a implementação de um sistema de macromedidores de vazão nas adutoras, entre outros. Estas medidas já reduziram as perdas de 57% para os atuais 43%.

“Além de procurar mais água bruta, precisamos usar cada vez melhor a água disponível, ao diminuir as perdas. No dia de maior consumo deste ano, tratamos a mesma vazão que tratamos no dia mais quente de 2004. Isto significa que, ao reduzir perdas, também contribuímos com o sistema. A nossa grande luta hoje é diminuir as perdas de água tratada, o que vai gerar uma sobra de até 20% das nossas outorgas de captação”, completou Ongaro.


 

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